Suécia e Ucrânia entendem-se para inovar tecnologias de Defesa

A Suécia vai instalar na Ucrânia um centro de desenvolvimento tecnológico de Defesa destinado à produção de novas armas, anunciaram hoje os governos de ambos os países após uma reunião ministerial em Estocolmo.

Sérgio Alexandre - RTP /
Os ministros da Defesa ucraniano (esq.) e sueco, na apresentação do acordo para a criação de um centro de inovação tecnológica destinado à produção de novas armas Reuters

Em conferência de imprensa, o ministro da Defesa daquele país escandinavo, Pål Jonson, explicou que “pessoal sueco vai trabalhar em inovação tecnológica” com o objetivo de “reforçar a capacidade comum” para produzir novas soluções a aplicar no campo de batalha, otimizadas pela combinação da “experiência ucraniana em cenários de combate e do ecossistema de Defesa sueco”.

Afirmando a vontade de materializar esta cooperação “logo que possível”, o ministro ucraniano da Defesa, Denys Shmyhal, destacou os “numerosos acordos e cartas de intenções” já celebrados entre os dois países sem, no entanto, se comprometer publicamente com datas.
Gripen, o mais rápido possível
A Suécia é um importante parceiro da Ucrânia na área da Defesa. Um acordo recentemente firmado prevê a aquisição de 100 a 150 caças Gripen E por parte de Kiev, tendo Shmyhal declarado esta quarta-feira que a Ucrânia está ”pronta a enviar imediatamente pilotos e mecânicos” para receberem formação na Suécia que os habilite a operar com esse tipo de aparelhos.

Os caças Gripen são fabricados pela empresa Saab e os primeiros modelos mais recentes foram integrados no mês passado nas Forças Armadas da Suécia. O ministro da Defesa ucraniano manifestou o desejo de que exemplares mais antigos deste avião de combate sejam cedidos ao seu país já em 2026, uma vez que o calendário anunciado pelo governo sueco prevê que a disponibilidade dos modelos do tipo E só será possível dentro de três anos.

O negócio poderá ser financiado com recurso a bens russos congelados na sequência da invasão, a contribuições da Suécia, da União Europeia e a fundos internacionais, concretizou o responsável ucraniano.

O reforço da defesa aérea da Ucrânia tem estado na ordem do dia, com o Presidente Volodymir Zelensky a ter anunciado esta semana a conclusão da transferência de dois sistemas anti-míssil Patriot cedidos pela Alemanha, com Dinamarca, Lituânia e Noruega a contribuírem com fundos para a viabilização da entrega do armamento.

Kiev pretende adquirir mais 25 sistemas Patriot aos Estados Unidos nos próximos anos.

A Ucrânia necessita dos sistemas Patriot como contramedida aos mísseis hipersónicos e balísticos russos.

No passado domingo, Zelensky referiu-se também a "progressos" nas negociações sobre os aviões de combate Mirage franceses e Gripen suecos.

Paralelamente, a Ucrânia está a organizar a expansão do número de grupos militares móveis anti-drone, assim como a produção de aparelhos aéreos não tripulados que intercetam drones russos.

Paralelamente, Kiev dá prioridade à produção de drones de interceção para contrabalançar a expansão da Rússia no fabrico de drones Shahed, de fabrico iraniano.

c/ agências
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